VARIABILIDADE DA RESSURGÊNCIA NA REGIÃO DE CABO FRIO (RJ) DURANTE OS ÚLTIMOS 1000 ANOS COM BASE N A ASSOCIAÇÃO DE FORAMINÍFEROS PLANCTÔNICOS
Sedimento
Cabo Frio (RJ)
Ressurgência (Oceanografia)
Foramínifero
Cabo Frio (RJ)
Plâncton
Produção intelectual
Sediment
Planktonic foraminifera
Lessa, Douglas Villela de Oliveira | Postado em:
2009
Resumo
Dois
box-cores
e 15 amostras de sedimento de superfície de fundo
foram coletadas na
plataforma continental ao largo de Cabo Frio, com o
s objetivos de reconstituir a variabilidade
do sistema de ressurgência da Água Central do Atlân
tico Sul (ACAS) durante o último,
milênio utilizando foraminíferos planctônicos; e em
um gradiente batimétrico, estudar os
efeitos da profundidade sobre a assembléia de foram
iníferos planctônicos e bentônicos. Seis
espécies de foraminíferos planctônicos foram domina
ntes sendo
Globigerinoides ruber
a mais
abundante em todas as amostras. Além de
G. ruber
,
Globoturborotalita rubescens
e
Globigerinella calida
foram associadas à oligotrófica Água Tropical (AT)
, enquanto
Globigerina bulloides
,
Turborotalita quinqueloba
e
Globigerinita glutinata
foram associadas
à produtiva ACAS. O estudo da assembléia de foramin
íferos no gradiente batimétrico revelou
um forte aumento da razão planctônico/bentônico (P/
B) com a profundidade a partir de 86
metros, e um crescimento muito acelerado das abundâ
ncias absolutas a partir de 110 metros.
Também houve uma diferenciação das assembléias de f
oraminíferos planctônicos entre
profundidades mais rasas (55 – 100 metros) e mais p
rofundas (100 – 125 m), sendo que as
espécies indicadoras de águas frias e produtivas te
nderam a ocupar o intervalo entre as
isóbatas de 100 e 115 metros. O perfil BCCF06-03 re
gistrou um período de quase 1.200 anos,
com taxa de sedimentação variando entre 0,011 a 0,0
32 cm.ano
-1
, enquanto o perfil BCCF06-
05 registrou o intervalo entre 960 e 540 anos AP co
m taxa de sedimentação constante de
0,025 cm.ano
-1
, e três principais fases de produtividade foram ob
servadas. Os períodos
correspondentes as fase I e II (1160 – 500 anos AP)
foram marcados por uma anomalia
negativa dos eventos El Niño, sendo que a primeira
fase foi a mais produtiva na qual a
associação entre
G. bulloides
e
T. quinqueloba
indicou ressurgências fortes, associadas a
presença de fatores oceanográficos diferentes dos a
tuais. Na segunda fase, estes fatores
perderam importância, fazendo aumentar a freqüência
dos foraminíferos associados a AT. Por
fim a fase III (últimos 500 anos) foi caracterizada
por um fortalecimento gradual da
ressurgência na Pequena Idade do Gelo (PIG), indica
das pelo aumento das abundâncias
relativas de
Neogloboquadrina dutertrei
e
Globigerina falconensis
, no início da PIG e
aumento das espécies
G. bulloides
e
G. glutinata
no auge da PIG, seguido por uma mudança
significativa na oscilação da ressurgência a partir
de 170 anos AP. A ressurgência na fase III
foi associada a fatores atmosféricos: migração para
o sul da Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT) durante a PIG e um aumento na
variabilidade dos eventos El Niño nos
últimos 170 anos.
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Tipo de documento
DissertaçãoAssunto(s)
Foraminíferos planctônicosSedimento
Cabo Frio (RJ)
Ressurgência (Oceanografia)
Foramínifero
Cabo Frio (RJ)
Plâncton
Produção intelectual
Sediment
Planktonic foraminifera