PALEOPRODUTIVIDADE PELÁGICA E GEOQUÍMICA SEDIMENTAR DA MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA NO PLEISTOCENO TARDIO
Matéria orgânica
Isótopos estáveis de carbono
Isótopos estáveis de nitrogênio
Derivados de clorofila
Paleoceanografia
Matéria orgânica
Isótopos estáveis
Produção intelectual
Paleoceanography
Organic matter
Carbon stable isotopes
Nitrogen stable isotopes
Chlorophyll derivatives
Maia, Caroline dos Santos Rocha | Postado em:
2016
Resumo
O sistema de circulação oceânica desempenha um importante papel na regulação e manutenção do clima no planeta. Uma vez que o Atlântico Equatorial representa o ponto de conexão entre o Atlântico Sul e Norte, estudos paleoceanográficos nesta área podem contribuir para o entendimento dos processos e fatores envolvidos nas variações climáticas ao longo do tempo geológico, principalmente durante o Quaternário. Dentro desse contexto, o presente estudo visou descrever elementos representativos da paleoprodutividade do Atlântico Equatorial Oeste no Pleistoceno tardio, por meio da análise de dados sedimentológicos e geoquímicos do testemunho sedimentar MD09-3243CQ coletado no talude da margem continental do nordeste do Brasil. A partir desse testemunho, foi recuperado o período entre 33.700 e 10.150 anos cal A.P., o qual foi dividido em seis fases principais, de acordo com a análise de agrupamento das frações granulométricas representativas do testemunho. As fases apresentaram características distintas em função de mudanças das condições paleoambientais, paleoceanográficas e da paleoprodutividade. O cenário do último glacial (Fase V), caracterizado pela alta produtividade carbonática e baixa produtividade orgânica (COT = 0,40 ± 0,12%; NT = 0,05 ± 0,01%; derivados de clorofila = 0,06 ± 0,04 SPDU; teor de carbonato = 51,04 ± 6,39%), foi gradualmente substituído por ambiente com certa influência terrígena em virtude do clima mais seco e maior erosão, como sugerido pela razão C/N e δ¹³C, que proporcionou o aumento da produtividade fitoplanctônica, e, assim, das concentrações de COT (0,90 ± 0,25%), NT (0,09 ±0,02%) e derivados de clorofila (0,12 ± 0,07 SPDU) durante o Último Máximo Glacial (Fase IV). No H1, por outro lado, foi observada uma redução abrupta das concentrações destas variáveis e da razão C/N, concomitante com o aumento do teor de carbonato, δ¹³C e δ¹⁵N, indicando uma produtividade estritamente marinha, com maior remineralização da matéria orgânica. Essas alterações na paleoprodutividade estão relacionadas ao enfraquecimento da AMOC e aumento da temperatura no Atlântico Equatorial durante o H1, que resultaram em um ambiente mais oligotrófico e com maior precipitação de carbonatos. O YD (Fase II) apresentou uma tendência oposta ao H1 e semelhante ao LGM. O tardiglacial (final da Fase II e Fase I), por sua vez, apresentou uma redução do COT, NT e derivados de clorofila de 1,21 ± 0,24%, 0,11 ± 0,02% e 0,27 ± 0,08 SPDU para 0,83 ± 0,06%, 0,08 ± 0,01% e 0,15 ± 0,05 SPDU, respectivamente, acompanhado de uma ligeira diminuição do C/N (de 10,98 ± 1,05 para 10,47 ± 0,59) e valores menos negativos de δ³C (-21,92 ± 1,26‰ para -20,31 ± 0,25‰). De uma forma geral, a relação entre a razão C/N e δ¹³C sugeriu a presença de matéria orgânica predominantemente marinha ao longo do testemunho, com alguns períodos com tendências terrígenas. A taxa de sedimentação foi relativamente baixa 0,013 ± 0,051 cm.ano⁻¹, apresentando maiores valores nos primeiros 100 cm. Os resultados mostram que a paleoprodutividade nessa região foi influenciada pelas alternâncias de inputs terrestres e produção de carbonatos ao longo do Pleistoceno tardio
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Tipo de documento
DissertaçãoAssunto(s)
PaleoceanografiaMatéria orgânica
Isótopos estáveis de carbono
Isótopos estáveis de nitrogênio
Derivados de clorofila
Paleoceanografia
Matéria orgânica
Isótopos estáveis
Produção intelectual
Paleoceanography
Organic matter
Carbon stable isotopes
Nitrogen stable isotopes
Chlorophyll derivatives