MINA, ANGOLA E GUINÉ: NOMES D’ÁFRICA NO RIO DE JANEIRO SETECENTISTA
Soares, Mariza de Carvalho | Postado em:
1998-12
Resumo
No Brasil, os escritos são fartos no uso dos termos “preta-mina”, “nação angola” e
“escravos de Guiné”. Essas expressões costumam acompanhar o nome dos escravos ou ser
incorporadas a eles: Antônio Mina, Manoel do Gentio de Guiné, Elório Cabinda. Em todos os
casos, o nome traz a marca de uma designação de grupo.
Cada uma dessas designações vem acompanhada de características físicas e
comportamentais, formas de vestir, línguas, crenças. Combinadas umas às outras, essas
descrições permitem vislumbrar uma enorme variedade de critérios a partir dos quais os
africanos são enquadrados na sociedade: os escravos apropriados ao trabalho doméstico, os
que melhor servem às atividades mineradoras e, no caso das mulheres, porque não, as mais
desejáveis parceiras sexuais. Mais que uma forma de identificar escravos, este é um recurso
adotado para classificar e organizar a escravaria traficada da África para a América.
Apesar das constantes referências, a historiografia contemporânea tem minimizado a
importância das culturas e da composição étnica da escravaria africana e se ocupado de temas
como a escravidão, o tráfico e a vida no cativeiro. Esta tendência tem levado ao uso indiferenciado de categorias do discurso da época (como cor) e conceitos do campo
acadêmico (como raça e etnia), não dando o devido destaque ao fato de que, mesmo quando
recobrem universos empíricos idênticos, elas correspondem a indagações teóricas de
diferentes ordens. Deixando de lado a questão da raça, vou deter-me na controvérsia sobre o uso da
noção de identidade étnica, recorrendo, para isso, aos mais antigos livros de assento de
batismo de escravos do Arquivo Metropolitano da Cúria do Rio de Janeiro, relativos à cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 1718 e 1760.
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Tipo de documento
Artigo de periódicosFonte
SOARES, Mariza. Mina, Angola e Guiné: nomes d’África no Rio de Janeiro setecentista. Tempo, Niterói, v. 3 – n. 6, p. 73-94, dez.1998. Disponível em: <http://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg6-6.pdf>.Termo da Licença
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